
Vinícius de Moraes
Marcus Vinicius da Cruz Mello Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Atraído pela música desde cedo, Vinícius de Moraes teve seu primeiro poema musical publicado na revista A Ordem, em 1932. Morreu também no Rio de Janeiro, a 9 de julho de 1980. Os primeiros passos de sua carreira estão ainda sob influências neo- simbolistas, contendo certo misticismo. Porém, logo modificou seu estilo para o erotismo, em contraste à suas obras de tom bíblicas anteriores. Nesta segunda fase, Vinícius de Moraes é caracterizado por inovações na ordem formal, a mais notável destas seria o aparecimento dos sonetos. Revela também, nesta segunda fase, uma valorização para o momento, com as coisas acontecendo de repente. Seus poemas trabalharam também com a felicidade e/ou a infelicidade muitas vezes, também. O autor procurou também escrever algumas poesias no ramo social. Fez também importante colaboração para a música nacional, cantando no estilo bossa nova. Principais Obras:
Poesia
O Caminho para a Distância
Forma e Exegese
Ariana, a Mulher
Novos Poemas
Cinco Elegias
Poemas, Sonetos e baladas
Pátria Minha
Livro de Sonetos
O Mergulhador
A Arca de Noé
Prosa
Amor dos Homens
Para Viver um grande amor
Para uma Menina com uma Flor
Teatro
Orfeu da Conceição Pobre Menina Rica
Algumas obras...
Soneto do amigo
Enfim, depois de
tanto erro passado
Tantas retaliações,
tanto perigo
Eis que ressurge
noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre
reencontrado.
É bom sentá-lo
novamente ao lado
Com olhos que contêm
o olhar antigo
Sempre comigo um
pouco atribulado
E como sempre
singular comigo.
Um bicho igual a mim,
simples e humano
Sabendo se mover e
comover
E a disfarçar com o
meu próprio engano.
O amigo: um ser que a
vida não explica
Que só se vai ao ver
outro nascer
E o espelho de minha
alma multiplica...
Pela
luz dos olhos teus
Quando
a luz dos olhos meus
E a
luz dos olhos teus
Resolvem
se encontrar
Ai
que bom que isso é meu Deus
Que
frio que me dá o encontro desse olhar
Mas
se a luz dos olhos teus
Resiste
aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu
amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu
amor, juro por Deus
Que
a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero
a luz dos olhos meus
Na
luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela
luz dos olhos teus
Eu
acho meu amor que só se pode achar
Que
a luz dos olhos meus precisa se casar.
Soneto
da separação
De
repente do riso fez-se o pranto
Silencioso
e branco como a bruma
E
das bocas unidas fez-se a espuma
E
das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De
repente da calma fez-se o vento
Que
dos olhos desfez a última chama
E
da paixão fez-se o pressentimento
E
do momento imóvel fez-se o drama.
De
repente, não mais que de repente
Fez-se
de triste o que se fez amante
E
de sozinho o que se fez contente.
Fez-se
do amigo próximo o distante
Fez-se
da vida uma aventura errante
De
repente, não mais que de repente.
A
Felicidade
Tristeza
não tem fim
Felicidade
sim
A
felicidade é como a pluma
Que
o vento vai levando pelo ar
Voa
tão leve
Mas
tem a vida breve
Precisa
que haja vento sem parar
A
felicidade do pobre parece
A
grande ilusão do carnaval
A
gente trabalha o ano inteiro
Por
um momento de sonho
Pra
fazer a fantasia
De
rei ou de pirata ou jardineira
Pra
tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza
não tem fim
Felicidade
sim
A
felicidade é como a gota
De
orvalho numa pétala de flor
Brilha
tranqüila
Depois
de leve oscila
E
cai como uma lágrima de amor
A
felicidade é uma coisa boa
E
tão delicada também
Tem
flores e amores
De
todas as cores
Tem
ninhos de passarinhos
Tudo
de bom ela tem
E é
por ela ser assim tão delicada
Que
eu trato dela sempre muito bem
Tristeza
não tem fim
Felicidade
sim
A
minha felicidade está sonhando
Nos
olhos da minha namorada
É
como esta noite, passando, passando
Em
busca da madrugada
Falem
baixo, por favor
Pra
que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo
beijos de amor
Fontes:http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_3666.html
http://pensador.uol.com.br/biografia_de_vinicios_de_moraes/